quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Lições a tirar...






“(…)O Tribunal entendeu haver uma relação de causa- -efeito entre o que considerou ser falta de planeamento e de organização das obras de requalificação urbana da cidade(…)” – JN


“(…)O juiz da Varas Cíveis do Porto, que julgou e considerou procedente a acção movida pela Associação de Comerciantes do Porto, entendeu que o impacto das diversas empreitadas da Capital Europeia da Cultura foi “de tal forma grave e sensível” que provocou “uma diminuição no afluxo de clientes à zona”, com reflexos negativos no negócio dos lojistas afectados(…)Esta é a primeira vez que um tribunal decide, em circunstâncias semelhantes, a favor dos comerciantes, “tendo por base uma acção por prejuízos causados devido à realização de obras públicas”, sublinha o advogado que compara o processo à “luta entre David e Golias”. “Foi corajosa e condenou quem devia(…)” – Porto24


“(…)Tribunal Cível do Porto considerou que as obras levadas a cabo no contexto da Porto 2001, prejudicaram vários comerciantes da zona da Baixa(…)” – JPN



(…)No relatório, o TC referiu que as obras de requalificação urbana da cidade “não beneficiaram, antes perturbaram, a vivência do evento”.

“Não concorreram para a captação de públicos à cidade e, por isso, em nada contribuíram para que o Porto tivesse podido oferecer aos seus visitantes a imagem de uma cidade renovada e cativante, tal como se tinha perspectivado inicialmente”, lia-se no documento.
No total, as obras de requalificação urbana custaram 80 milhões de euros, mais 16,6 milhões do que o previsto, apesar de terem sido realizadas menos 14% das intervenções planeadas na baixa portuense.
Adicionalmente, disse o TC, as obras terminaram “com atrasos superiores a um ano”(…)” – SOL



Foi um raio de sol que tive no fim de 2012 quando a Justiça defendeu vítimas de mau planeamento.
Finalmente, ao fim de décadas foi possível ver que o planeamento, o urbanismo, o acto de projectar influencia a cidade e os hábitos dos seus cidadãos logo da concepção.

Infelizmente, tendo em conta o período de recessão e crise, a única coisa que transpareceu de todos estes cabeçalhos de noticias é a quantidade de dinheiro que o estado ainda teria que somar a esse orgulhoso défice que teimosamente não baixava.

Digo infelizmente porque neste caso existe tanto a aprender, mas que para isso acontecer é necessário parar e perguntar o porquê, como, quem, com que formação, baseado em que estudos, etc, etc, etc.

Em vez disso estas noticias venderam meia dúzia de cabeçalhos e por ai ficámos.
Não existiram análises, não existiram conclusões, não tirámos nada de nada.
E aquilo que não aprendemos neste caso e em tantos outros é muito mais caro do que qualquer indemnização que o Estado venha a pagar, porque quem não aprende com o passado tende a repetir os erros no futuro.


O que é que havia a aprender?


Tudo



Fotografia de Pedro Brochado Lemos em "http://acasadosdiscus.blogspot.pt/"


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