Em 2012 o mercado da arquitectura estagnou.
Impôs-se uma cultura híbrida nórdica/sul-americana.
Nórdica porque o espírito de compra de casa é muito próprio de quem sempre teve pouco, mesmo que alguns insistam que sempre gastámos muito mais do que tínhamos. A total ausência de mercado de arrendamento sempre fez que o aluguer da casa fosse sinal de instabilidade e como tal algo não desejável pela sociedade (pela nossa sociedade), nos países nórdicos, supostamente mais evoluídos (nunca me explicaram é em quê, mas deixamos isso para outras reflexões), o mercado de arrendamento é verdadeiramente uma alternativa à compra e o estigma de não ter casa é praticamente inexistente.
São outras formas de encarar a vida e as prioridades.
Sul-americana porque a falta de liquidez das famílias faz com que adoptemos um estilo muito próprio das favelas brasileiras e das cidades norte-fronteiriças do México onde começa a existir de uma forma bastante relevante a sobrelotação das casas. Avós, pais, filhos e netos (muitas vezes até tios, sobrinhos e primos) partilham casa com poucos quartos encontrando soluções práticas embora de salubridade duvidosa para a total ausência de capacidade de comprar ou alugar um espaço a que possam chamar lar.
Neste enquadramento surgiram ao longo desta década várias tentativas de encontrar novos "nichos" de mercado que compensassem de certa forma a perda de volume de trabalho.
Aqui fica uma das mais ridículas que me ocorre.
ARQUITECTURA PARA CÃES
http://architecturefordogs.com/architectures/
Diz a memória descritiva algumas baboseiras sobre a forma como o cão foi criado pelo homem, que divide a vida com ele, que é uma colecção sincera que pretende melhorar a vida quer de cães, quer de donos.
Enfim, fica o texto:
Nomes como MVRDV, KAZUYO SEJIMA, SOU FUJIMOTO, ATELIER BOW-WOW, KENGO, UMA, TOYO ITO, HARA DESIGN INSTITUTE, dão a cara por uma campanha que colocas vários entraves à seriedade e credibilidade do arquitecto enquanto técnico.
Sem comentários:
Enviar um comentário